Mais Uma de Elisa é uma reciproca do que eu to vivendoo."Tatame "

De Elisa LucindaTatame
Cá estou para uma guerra inesperadae dificil: lutar contra o meu amor,o amor que eu sinto.
Puta que pariu!
Civil, despreparadae desprovida de armas, pareço perderde cara a empreitada.
Levanto da primeira derrubadae o bicho já me golpeia certo nodiapasão; justamente o afinador dos fracos,a bússola sonorados instrumentos de canção.
Me emudece, me desafinaceifa rente meu braço de poema, e,manca dele, procuro ainda alguma proteção.Mais um golpe, estou no chão.
O amor caçoa então: quer morrer, danada, não vai lutar não?
Com o bico da chuteira da mágoadesfiro-lhe dois golpes seguidos no queixo.
O amor ri: não doeu, nem senti!
Irada, engancho minhas pernas em seupescoço, tento as tesouras imobilizantes que copiei das lutas da televisão.(Que nunca gostei, será que prestei a devida atenção?)
O amor interpreta mal...Ah, quer me seduzir? Enforcar, que é bom, não?Eu nada falava, torcia pernas, me esgotava,fremindo-lhe a cabeça entre as coxas.
Isto pra mim é trepada, boba!
Eu gosto do aperto, do cheiro da roxae de te ver roxa.E gargalhava.
Cansada, humilhada e semmunição, desmaio e me entrego:pode me matar, amoreu estou na sua mão.O amor me olha de cima então:querida minha, eis o segredo da esfingeeis o problema diante da solução:matar-te é matar-mee matar-me é matar-te.
Se no chão do amor estava,nesse chão continuei então.

Deitada sob o amor,debaixo do amor,no ringue do amor,
o amor me beijou,me beijou, me beijou.

9 de Abril de 2005

Comentários

Postagens mais visitadas